Rafael Bordalo Pinheiro
4 de Outubro de 2005 a 30 de Junho de 2021
No interior da casa que o fundador Ernesto Cruz Magalhães mandou erguer para habitação própria e museu está instalada uma exposição de longa duração desde 2005.
O valor patrimonial do edifício, premiado com uma menção honrosa do Prémio Valmor em 1914, é evocado nas áreas de exposição, distribuídas pelos dois pisos originais à exceção do piso térreo, que sofreu uma ligação interior das divisões. De resto, o edificado foi mantido no sentido de ser preservada a atmosfera da época, respeitando alçados, aberturas exteriores e materiais de construção. A própria Biblioteca, antiga cozinha da casa, mantém o piso bicolor em mosaico hidráulico.
De acesso condicionado, a Biblioteca, pode ser visitada pelo público. Neste espaço, os visitantes podem consultar algumas publicações editadas pelo museu.
No piso térreo, destaque para uma fotobiografia de Rafael Bordalo Pinheiro, que abrange o período entre 1863 e 1904.
Na escadaria de acesso ao primeiro piso do edifício é possível contemplar o retrato a óleo de Rafael Bordalo Pinheiro, da autoria do seu irmão Columbano, datado de 1891.
Auto-representação
São inúmeras as auto-representações de Rafael Bordalo, cheias de humor e ironia, que documentam episódios da vida pessoal, profissional e acontecimentos diversos. Neste pequeno núcleo da exposição destaca-se um conjunto de desenhos, gravuras, uma aguarela com a auto-representação do artista: a mais antiga de 1865 e a mais recente de finais de 1904. Nesta última, Rafael Bordalo representa-se em novo e em velho, com um intervalo de Vinte Annos Depois.
Zé Povinho, sempre o mesmo!
Genial criação de Rafael Bordalo e símbolo do povo português, a imagem de Zé Povinho perdura no tempo até hoje. Na sala que lhe é dedicada, pode ver-se o primeiro desenho original onde figura Zé Povinho, publicado no jornal Lanterna Mágica em 1875, bem como a única imagem existente de um “Zé Júnior”; Zé Povinho, “O Soberano”, do Álbum das Glórias; diversas imagens d’A Paródia e algumas peças em cerâmica, onde Zé Povinho é representado a fazer um manguito.
Objetos pessoais de Rafael Bordalo Pinheiro
Numa das salas de exposição são dados a ver um conjunto de objetos pessoais do artista: a sua última caixa de aguarelas, a caneta com que desenhou O António Maria, um anel e o seu monóculo, peças cerâmicas que dedicou à família e alguns dos seus utensílios para trabalhar a cerâmica: instrumentos para modelação, como limas e espátulas, frascos de verniz cerâmico com pigmentos diversos, da marca Le Franc, sinete com monograma para marcação das peças produzidas na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha e ainda a sua bata de trabalho em algodão. As marcas de uso refletem a vida plena de experimentação e criação que, desde sempre, animou o artista.