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Itinerante

A instalação «Itinerante» nasce de uma parceria entre a Universidade Lusófona e o Museu Bordalo Pinheiro, com vista a programar suportes interativos entre o visitante e a obra de Rafael Bordalo Pinheiro, no contexto da mediação cultural inclusiva. Pretende-se criar espaços de fruição autónoma ou orientada sobre o ambiente visual e sonoro que a obra do artista inspira, trazendo novas leituras e experiências.
Assume-se o cruzamento entre a leitura do objeto artístico e novas linguagens na área das tecnologias de comunicação para interpelar o visitante a interagir e a viver o espaço da instalação do qual passa também a fazer parte. O carácter sensorial da instalação pretende que a mesma possa ser vivenciada de diferentes modos/sentidos, contemplando a diversidade e a acessibilidade na experiência.
A natureza versátil da instalação abre-se, assim, à exploração de vários temas da obra bordaliana.

O projeto

“Itinerante:(…)” é, antes de mais, processo de design no sentido de que as soluções funcionais encontradas são tão importantes para o seu autor, como o potencial valor estético e de fruição.
É a materialização em objeto de uma necessidade específica do Museu Bordalo Pinheiro: uma peça interativa destinada a intervenções fora do espaço do Museu que possa ser reformulada nos conteúdos com facilidade e coerência, que responda a questões de acessibilidade e, não menos importante ou desafiante para quem a pensou, que seja fácil de montar e transportar.
É, então, um objeto de várias peles e lugares que inicia a itinerância no dia 22 de junho de 2021 pela casa mãe, tomando por agora os registos gráficos e sonoros de “Canções de Marear” – móbil sonoro e interativo dos mesmos autores deste “Itinerante: Canções de Marear”.

Itinerante: Canções de Marear

Com enorme sentido de humor, Rafael Bordalo Pinheiro usava a metáfora e a metamorfose para fazer caricaturas de personalidades, de si próprio e de personagens que inventava, como o Zé Povinho, a sua figura maior.
Em “Canções de Marear” mostram-se alguns exemplos de representações com a forma de moluscos marinhos e de diferentes peixes. A seleção foi feita entre gravuras dos jornais O António Maria e O Besouro, que o artista dirigiu.
Com imaginação e criatividade, Bordalo faz, desta forma, uma crítica social e política das figuras que marcam o país no seu tempo.
Na instalação “Canções de Marear”, aos desenhos de Bordalo foram associadas vozes com divertidos “pregões do mar” entoados na época, com o objetivo de lhes dar vida.

Ficha técnica
Conceito geral e estrutura — José Carlos Neves | Universidade Lusófona.
Desenho de som — João Alves.
Corte laser e impressão 3d — João Pedro Maia | LabTec.
Pesquisa e seleção de conteúdos — Cláudia Freire | Museu Bordalo Pinheiro.
Mediação Cultural: Liliana Pina | Museu Bordalo Pinheiro.