Beja Creche
Beja Creche: Tributo de Homenagem às Senhoras que tem coadjuvado a Commissão da Creche
Textos: Abel da Silva e outros
Ilustrações: Rafael Bordalo Pinheiro
Imprensa da Universidade
Coimbra, 1885
MRBP/MON 0074 16
Em Abril de 1885, foi publicado um número único de homenagem a um grupo de “senhoras” que participaram na criação de uma creche para acolhimento de crianças em Beja: D. Adelaide Guedes, D. Adelaide Navarro, D. Adelaide Poças Carneiro, D. Barbara Braga, D. Carlota Navarro, D. Francisca Penedo Manso, D. Lavinia Braga, D. Maria Benedicta Guedes e D. Mariana Penedo Nobre de Carvalho.
A publicação tem na capa e na contra-capa uma ilustração de Rafael Bordalo Pinheiro e textos de diversos colaboradores: Alfredo Cunha, Anselmo de Andrade, Antero de Quental, D. António da Costa, António José de Carvalho, Camillo Castelo Branco, César de Sá, Demetrio de Campos, Eça de Queiroz, entre outros.
Numa época em que se institucionalizavam as creches em Portugal, estes testemunhos espelham uma certa ideia de educação, associada a manifestações de caridade, que procurava acolher as crianças enquanto os pais se dedicavam ao trabalho. Na página 3 do livro, escrevia D. Antonio Costa:
… nascida a creança, principia logo a sorte d’ella, rica ou pobre. A rica tem deante de si todos os cuidados e todos os confortos; a necessitada obriga os paes a abandonal-a para ganharem o pão quotidiano, ou deixarem-n’a exposta a mil perigos.
Uma idéa sublime nasceu do espirito humano para resolver esta questão importantíssima: «Os paes não hão de ficar sem pão, nem a creança ha de ficar sem amparo». Tal foi o brado humanitário que soou no mundo. D’este brado originou-se a instituição das creches.