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Artistas em residência no Museu Bordalo Pinheiro

Catarina Lente, Emma com 2 Emmes, João Migwel e Mariana Ferreira

25 de Junho a 20 de Julho de 2025

Adultos, Famílias, Jovens

O Museu Bordalo Pinheiro acolhe, entre os dias 25 de junho e 20 de julho de 2025, a 5ª edição do programa Residências Artísticas Bordalo Pinheiro. A iniciativa, lançada pelo Museu no verão de 2021, tem como objetivo promover a produção artística contemporânea, relacionando-a com a obra e o pensamento de Rafael Bordalo Pinheiro, e estimulando o contacto entre os artistas em residência e os públicos do Museu.

Catarina Lente, Emma com 2 Emmes, João Migwel e Mariana Ferreira são os quatro artistas participantes nesta 5ª edição programa. Os quatros artistas irão expor nas galerias do museu os trabalhos resultantes da residência a partir do final de julho.

Conheça aqui os quatro novos artistas residentes.

CATARINA LENTE

Catarina Lente (Lisboa, 1974) é Designer, Artista Digital e Artesã Computacional. Estudou na Escola Artística António Arroio, em Lisboa, e formou-se em Design Industrial pela ESAD.CR – Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Foi bolseira do Instituto Camões / Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e do Ministério dos Assuntos Exteriores e Cooperação de Espanha, no curso de Diseño de Producto da EINA – Centre Universitari de Disseny i Art de Barcelona. O seu percurso profissional iniciou-se no design de produto digital, evoluindo naturalmente para a arte generativa. Atualmente, desenvolve uma prática artística que cruza o espaço digital e o físico, explorando a relação entre código matemático, fórmulas universais e os parâmetros da matéria cerâmica. Paralelamente, orienta workshops sobre visibilidade digital de projetos artísticos, destacando-se o Workshop de Portfólios de Ilustração na Ar.Co – Centro de Arte & Comunicação Visual (Lisboa, 2019–atualmente) e o Workshop de Tipografia para Dispositivos Digitais no EVA 7.0 da ESAD.CR, organizado pelo tipógrafo Ricardo Santos. Como oradora convidada, participou em eventos como o STARTinMED 2013 (Bolonha, Itália), TEDxOporto – Fusion (Porto, Portugal, 2013) e no curso de pós-graduação em Gestão de Design da UPC School e BCD (Barcelona, Espanha), onde apresentou o projeto PUXXLE, em colaboração com Luisa Lente. Desde 2023, tem vindo a expor o seu trabalho artístico em diferentes contextos, incluindo a exposição individual Nebulas no Nestlé Global IT Innovation Center – Digital Art Corner (Barcelona, Espanha, 2023); a exposição coletiva Fungus (2024, Espanha); Art Digital Vilanova 2024, na La Sala – Centre d’Art Contemporani, em Vilanova i la Geltrú (Espanha); e Naturaleses Infinites, no Reial Cercle Artístic de Barcelona, integrada no festival Drap-Art’23 (Espanha).O projeto que está a desenvolver na residência Metatiles foi apresentado pela primeira vez em setembro de 2024, na FÁ-LO, no âmbito da jornada de Estúdios Abertos do 51.º Congresso Internacional da Academia de Cerâmica (Caldas da Rainha, Portugal). Este é o seu primeiro projeto artístico individual.

Metatiles “Bordalos” é o título da proposta de Catarina Lentre para esta residência. Metatiles é um projeto de investigação artística que reinterpreta o azulejo português como um meio vivo e expandido. Através de codificação generativa em Processing, padrões algoritmicamente criados são transferidos para superfícies cerâmicas com o uso de uma pen plotter, que manuseia desde pincéis e gravadores até objetos adaptados para desenhar. Esta prática estabelece uma colaboração expressiva entre o humano e o algoritmo, tratando o código como matéria-prima visual e os materiais cerâmicos — como vidrados e pigmentos — como variáveis que influenciam o resultado final. A esse resultado, é ainda adicionada uma versão animada do código em realidade aumentada. Metatiles “Bordalos” cria uma ponte entre o legado estético e crítico de Bordalo Pinheiro e as linguagens digitais contemporâneas, explorando o potencial da cerâmica enquanto meio expressivo, técnico e conceptual no século XXI.

EMMA COM 2 EMMES

Emma com 2 Emmes (Emma Andreetti) vive em Lisboa, onde trabalha como ilustradora, designer e artista educadora. É licenciada em Design e Ilustração pela Willem de Kooning Academy (Roterdão), com especialização em Diversidade Cultural (2016), e pós-graduada em Educação Artística pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa(2018). A sua prática atravessa o desenho, o têxtil, a serigrafia, o design gráfico, a escuta, as cartografias, a comida e outras materialidades. Navega entre criação visual, mediação e pensamento gráfico, com uma atenção particular à dimensão política do cuidado, da alegria e da invenção colectiva. Em 2021, cofundou a Oficina Fritta, um projecto de mediação plástica, pedagogia crítica e design anti-autoritário, que desenvolve com a cumplicidade de Mónica Di Eugenio e Julia Geiger. Juntas, criam publicações, objectos úteis e outros inúteis, oficinas e instalações em diálogo com crianças, ruas, cozinhas, associações, artistas e outros lugares férteis de aprendizagem. Durante esta residência, Emma Andreetti dá continuidade à sua pesquisa em torno do desconforto, da culpa e do humor, explorando o gesto artístico como prática relacional, política e sensível.


“Durante a residência no Museu Bordalo Pinheiro, vou desenvolver um conjunto de peças cerâmicas disfuncionais que serão ativadas numa performance pública, durante a inauguração da exposição final. Este projeto surge do desejo de experimentar com cerâmica e performance, áreas pouco familiares para mim, e de explorar a disfunção como estratégia estética e política. As peças serão criadas para desafiar o uso habitual da loiça — vazando, desequilibrando-se, precisando de ser seguradas por muitas mãos- exigindo novas formas de interação e cuidado. Estas disfunções funcionam como uma forma de questionar as normas de uso, os gestos cotidianos e as relações de poder implicadas na partilha à mesa no design dos objetos. O projeto parte de uma reflexão pessoal sobre legitimação e lugar de artista, e propõe formas alternativas de criação baseadas na colaboração, na participação e na auto-ironia. A residência funcionará como laboratório para experimentar erros, acasos e improvisos, integrando práticas de mediação, design e arte participativa.”

JOÃO MIGWEL

João Migwel (1996) nasceu em Lisboa, cidade onde vive e trabalha. Licenciado em Design pelo IADE (2019), passou também pelo curso de Ilustração e Banda Desenhada do ARCO. A pintura mural faz parte do seu ADN desde a adolescência. Em 2017,em conjunto com amigos, cria o coletivo Malibu Ninjas, onde desenvolve uma expressão artística multidisciplinar. Atualmente o seu trabalho debruça-se sobre o muralismo, a pintura e a escultura.

Animais Domésticos Utilitários parte da transformação da relação entre humanos e animais domésticos, desde a sua antiga função utilitária até ao papel atual como pets. Com humor e afeto, o projeto questiona esta evolução através de esculturas que imaginam um regresso improvável à utilidade, cães que aspiram o chão, peixes que cozinham, entre outras. A intervenção, pensada para o Museu Bordalo Pinheiro, propõe uma reflexão crítica e divertida sobre os limites entre afeto, funcionalidade e o lugar que damos aos nossos companheiros não-humanos na vida contemporânea.

MARIANA FERREIRA

Mariana Ferreira (Lisboa, 1997) é realizadora, animadora e designer. Graduada pela Escola de Cinema de Barcelona, com um Master em Animação Stop-Motion, onde co-realizou “Pobre Antonio” (vencedor do Prémio do Público no Prémio Nacional da Animação e, selecionado em mais de 80 festivais), e licenciada pela Faculdade de Belas Artes, em Design de Comunicação, trabalha em paralelo nas duas áreas,  tanto como profissional independente e como formadora. Enquanto realizadora, dirigiu “Lendas de Conversano” (2025), com o desenvolvimento apoiado pela EFFEA da Europa Criativa, “Zorra e a Lavradora” (2024), apoiada por Odemira Criativa, e “Lessons in the Kitchen”(2021), vencedora da Mostra Nacional de Jovens Criadores 2022, em Cinema. Em 2025, junta-se à equipa de Animagoria – Festa do Cinema de Animação do Algarve, como assistente de produção, e co-funda o Estúdio Atilho, um estúdio multidisciplinar, que conta com exposições como “The Kitchen Show” e “Montanha Invisível”.

Lanterna Mágica visa a criação de uma peça audiovisual com recurso à técnica da animação stop-motion e 2D, inspirada em obras de cerâmica de Bordalo Pinheiro. Através da exploração do humor presente nas peças e da ilusão de movimento, enfatizando gestos, expressões e movimentos implícitos, será desenvolvida uma narrativa visual onde as formas ganham vida, comunicando com o espectador de forma contemporânea, estabelecendo uma ponte entre a tradição e a linguagem visual atual.  Esta proposta apresenta-se não só como continuidade do trabalho do artista, mas também como referência às primeiras técnicas de animação utilizadas que, com o recurso a uma lanterna mágica (objeto que projetava imagens), que mais tarde originou o Zootrópio, primórdio do projetor. 

Duração da residência: 25 de junho a 20 de julho de 2025

Inauguração de exposição: data a anunciar

Conheça os artistas participantes na primeira (2021), segunda (2022), terceira (2023) e quarta (2024) edições das Residências Artísticas Bordalo Pinheiro, bem como as exposições resultantes destas primeiras quatro edições do programa de residências do museu: FRAM, T4 para obras, O Rato Não Roeu e Paródia Cega.