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Artistas em residência no Museu Bordalo Pinheiro

Emma Moro, Francisco Menezes, Léna Lewis-King e Vasco Barata

28 de Maio a 27 de Junho de 2024

Adultos, Famílias, Jovens

O Museu Bordalo Pinheiro acolheu, entre os dias 28 de maio e 27 de junho de 2024, a 4ª edição do programa Residências Artísticas Bordalo Pinheiro. A iniciativa, lançada pelo Museu no verão de 2021, tem como objetivo promover a produção artística contemporânea, relacionando-a com a obra e o pensamento de Rafael Bordalo Pinheiro, e estimulando o contacto entre os artistas em residência e os públicos do Museu.

Emma Moro, Francisco Menezes, Léna Lewis-King e Vasco Barata são os quatro artistas participantes nesta 4ª edição programa. Os quatros artistas irão expor nas galerias do museu os trabalhos resultantes da residência a partir do mês de julho.

Conheça aqui os quatro novos artistas residentes.

EMMA MORO

Emma Gonsales Moro (Moscovo, 2001) licenciou-se no Moscow International Film College #40 (Faculdade de Arte e Animação) e, atualmente, continua a sua formação, na área da ilustração, no AR.CO (Centro de Artes e Comunicação Visual, Lisboa).

Desenrascar é o título da proposta de Emma Moro para esta residência. Neste âmbito, a artista pretende criar o primeiro número (de vários) de uma revista intitulada “Desenrascar”. A revista apresenta-se como um recurso colorido e envolvente, que visa ajudar pessoas com dificuldades financeiras em Lisboa. “Desenrascar” quer oferecer uma mistura de ilustrações, instruções e conselhos sobre como viver em circunstâncias difíceis, do ponto de vista financeiro, mas com criatividade, ironia e resiliência. Ela própria uma estudante de arte “falida”, nos estágios iniciais da “emmagração”, Emma Moro tem experiência em enfrentar desafios financeiros e está pronta para partilhar o seu conhecimento e experiência com outras pessoas.

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Fotografia: Lisboa Cultura/José Frade.

FRANCISCO MENEZES

Francisco Menezes (1993) é um artista multidisciplinar sediado em Lisboa. Cursou fotografia no Ar.Co e licenciou-se em escultura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, completando em seguida o Independent Study Program da Maumaus. Entre as exposições realizadas, contam-se o ‘Prémio Paula Rego’ na Casa das Histórias (2017, 2018); ‘Essays on Collaboration’ (Pousio) bem como ‘Lovers’, ‘Our Slice of Time’; ‘Hammertime’’na Zaratan (2022, 2023), entre outras. É também membro da recém-formada Associação Cultural Atelier B12. Com particular foco na instalação e em práticas escultóricas, o seu trabalho é informado pela noção do objeto enquanto contra-corpo. A palavra objeto provem do verbo latino obicere que significa atirar, recriminar, opor e isto literalmente cria uma objeção do domínio do ingovernável. Assim um objeto tem uma carga opositiva e carrega consigo uma contrariedade tácita — é algo que vai contra mim, se atira contra mim e me oferece resistência. É esta noção do contra-corpo que lhe interessa e o fato do objeto poder ser inscrito num espaço entre o deslocalizado e o hiperlocalizado.

Circo Circunstancial é o projeto que Francisco Menezes apresentará nesta residência e consiste num vídeo-ensaio site-specific onde juntará água da fonte do jardim Bordalo Pinheiro ao sabão da casa de banho do Museu com o mesmo nome, e que resultará numa solução para bolhas-de-sabão. A partir daí serão feitas quarenta e duas bolhas de sabão que evocam o mesmo número de figuras presentes no Álbum das Glórias (1880-1902) de Bordalo, um compêndio ilustrado e crítico dos vultos portugueses mais proeminentes à época — as bolhas serão feitas e rebentadas por intermédio de uma tesoura, objeto de corte por excelência e elemento essencial do arquivo. Nesta peça narrada em voz-off serão abordardos os temas da passagem do tempo e do irrecuperável, e surgirão de forma intercalada imagens desta ação em 3D, combinado assim o digital arquivista, ordenador e higienizado com a ação original que apenas diz respeito à motricidade humana e a ela se remete.

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Fotografia: Lisboa Cultura/José Frade.

LÉNA LEWIS-KING

Léna Lewis-King (Londres, 1999) é uma cineasta e artista cujo trabalho explora as interseções entre sistemas, teoria pós-humanista feminista, fenómenos da experiência, ecologias e tecnologias. Estudou Cinema na Kingston University, em Londres, e recebeu apoio do programa Random Acts, do Channel 4, em parceria com o ICA London para iniciar sua carreira cinematográfica. Integrando metodologias de várias disciplinas, como animação, media baseada em lentes e escrita, o processo artístico de Léna é uma fusão de diversas influências. 
O seu trabalho, enquadrado através de uma lente feminista, explora as dimensões místicas e espirituais das experiências vividas. Através de meios como cinema, imagem em movimento, fotografia, pintura, desenho digital e instalação, ela contempla os impactos profundos da aceleração tecnocapitalista na essência efêmera da vida. 
O percurso artístico de Léna levou-a além-fronteiras, com os seus trabalhos a serem exibidos em exposições, exibições e palestras internacionalmente. Entre as suas exposições, destaca-se a mostra individual “Dell’historia Naturale”, realizada na Rua das Gaivotas 6, em Lisboa, em 2023. Também participou em exposições coletivas como “This is Not a Chance Encounter”, no Journeys Festival, no Reino Unido (2022), “Sequência de Sonhos”, no Lisbon Art Weekend, em Portugal (2022), e “Io Dico Io”, na La Galleria Nazionale, em Itália /2021). Os seus trabalhos cinematográficos foram exibidos em locais e festivais como o London Short Film Festival, Fondazione Giuliani, Soho House Roma, Chisenhale Gallery, Roundhouse London e muitos outros. Além da sua atividade artística, Léna Lewis-King está ativamente envolvida na organização de eventos em grupo, como exibições e clubes do livro, através da iniciativa Apertura Institute, sediada em Lisboa, com o objetivo de conectar pessoas em todo o mundo.

Dentro da Boca é o título do projeto de Léna para esta residência, um filme de arte a ser desenvolvido durante o seu período de residência no Museu Bordalo Pinheiro. O principal foco do projeto será mergulhar nos arquivos do Museu e obra de Rafael Bordalo Pinheiro, com ênfase nas suas cenografias irónicas e na representação dos animais como ícones metamórficos. Procurará animar os esboços e materiais de origem de Bordalo para reinterpretar a sua iconografia icónica, concentrando-me em explorar o motivo da boca na sua obra, com o seu rico simbolismo. Através do seu trabalho com o Apertura Institute, também propõe um programa de exibição de filmes, para envolver a comunidade local através de discussões partilhadas e convites abertos para obras que se conectem ao rico legado de Bordalo Pinheiro.

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Fotografia: Lisboa Cultura/José Frade.

VASCO BARATA

Vasco Barata (Lisboa, 1974) é licenciado em Pintura (FBAUL), com estudos paralelos em Fotografia e pós-graduado em Desenho (FBAUL). Curso de Artes Visuais – Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística (Gulbenkian/Ar.Co).Doutorando em Arte Contemporânea, Colégio das Artes, Coimbra. Representado em diversas coleções Institucionais e privadas. Desde finais dos anos 90, Vasco Barata tem vindo a apresentar o seu trabalho sob diversas formas, alternando sobretudo entre uma investigação aturada no domínio da construção e perceção da imagem (através do recurso à prática da fotografia e do vídeo) e uma tentativa de compreensão dos mecanismos de expressão aliados à prática do desenho. Articula, nas Suas obras, um interesse particular pelo cinema e pelas estratégias cinematográficas, pelos códigos da linguagem e por um vasto leque de referentes da cultura popular.

Ainda sem título, o projeto para esta residência será suportado pela prática do desenho. Bordalo Pinheiro congregou uma multiplicidade de disciplinas unidas por uma mão certeira e talentosa, que tanto caricaturou e politizou o seu tempo (como outro dos grandes na literatura: Eça de Queirós) sem perder atualidade, ao mesmo tempo que criou um universo visual inconfundível. Na escultura, cerâmica e artes decorativas encontramos também essa precisão e poder de invocação, em particular na representação de fauna e flora, um mundo natural vibrante, orgânico em constante movimento, às vezes quase grotesco mas sempre com a capacidade de atrair o espectador com um espelho da sua verdadeira natureza animal, às vezes cruel, às vezes sensual. Arte, natureza e política são os pontos de contacto para esta residência.

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Duração da residência: 28 de maio a 27 de junho de 2024

Inauguração de exposição: 18 de julho de 2024, às 18h30

Conheça os artistas participantes na primeira (2021), segunda (2022) e terceira (2023) edições das Residências Artísticas Bordalo Pinheiro, e as exposições resultantes destas três edições das residências: FRAM, T4 para obras e O Rato Não Roeu.