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O RATO NÃO ROEU

Com Mariana a Miserável, Pablo Quiroga Devia, Rui Horta Pereira e Sreya

25 de Julho a 24 de Setembro de 2023

O Museu Bordalo Pinheiro inaugurou no passado dia 25 de julho a exposição O RATO NÃO ROEU, que integra os trabalhos realizados por Mariana a Miserável, Pablo Quiroga Devia, Rui Horta Pereira e Sreya durante a terceira edição do programa de Residências Artísticas do Museu Bordalo Pinheiro.

A exposição coletiva acontece na Sala da Paródia do museu, apresentando quatro núcleos compostos pelos trabalhos resultantes dos projetos apresentados pelos quatro artistas, e contamina pontualmente a exposição Bordalo em Trânsito.

Conheça aqui os projetos dos quatro artistas.

Mariana a Miserável

Ilustradora, desde 2010 vive e trabalha na cidade do Porto, a partir da qual se dedica exclusivamente à ilustração. Mariana desenvolve exposições individuais e coletivas, bem como inúmeros outros projetos nesta área: livros, publicações de pequenas tiragens, posters, agendas, murais, revistas e jornais.

Sísifo é o anti-herói. Descrito na Ilíada de Homero como o mais trapaceiro dos homens, conseguiu fintar a morte duas vezes recorrendo a métodos engenhosos para contornar a vontade dos deuses. Por esse motivo, foi condenado a uma tarefa impossível de completar, contínua e eterna. No entanto, o castigo infligido a Sísifo é, por si só, uma forma deste ludibriar uma vez mais a morte e fazer prevalecer a sua vontade. Sísifo vence porque o seu destino lhe pertence, porque extrai dessa experiência absurda a sua liberdade. Porque há sempre alguma tragédia na base do humor e o humor salva-nos da nossa tragédia, da ausência de explicação para o sentido da vida, da consciência das limitações da dimensão humana. Através desta Novela ilustrada de Sísifo, a artista propõe tornar Sísifo mais terreno, leve, cómico.

Pablo Quiroga Devia

Artista Plástico residente em Lisboa. É mestre em Escultura em espaços públicos pela FBAUL (2020), licenciado em Artes Visuais pela Universidad Nacional de Colombia (2015), com estudos na Universidade de São Paulo (ECA, 2012). O trabalho de Pablo é multidisciplinar, englobando o desenho, a escultura e a instalação. Paralelamente, desenvolve investigação, animação, direção de arte e pedagogia.

Propôs trabalhar o zoomorfismo e a teriantropia nesta residência. O projeto reflete sobre os animais que Bordalo Pinheiro utilizou no seu jornal “A Paródia”, reinterpretando a simbologia que está presente em alguns dos seus desenhos. Pablo utiliza, à semelhança do artista português, a ironia e o absurdo, através do desenho, como ferramentas para refletir sobre o comportamento humano e animal na sociedade. O zoomorfismo também é uma ponte para experimentar visualmente as formas que o corpo humano pode ter para se parecer com diferentes animais e objetos, criando assim um jogo visual entre diferentes posições e formas corpóreas, e a sua possível transformação em outras espécies animais.

Rui Horta Pereira

Rui Horta Pereira (Évora, 1975) é formado em Escultura pela FBAUL. Desde 2000 que o seu trabalho se centra sobretudo na escultura e no desenho, de como a construção do processo criativo não está desassociada da acção do criador, em todos os seus aspectos éticos, sociais, ambientais, e como essa relação se poderá concretizar de forma eficaz. Tem vindo a explorar e expandir o território do desenho, ao qual tem dedicado uma parte substancial da sua investigação artística e criativa, tanto na sua componente formal como nas reflexões teóricas que sugere. Desenvolve igualmente diversas actividades como mediador, provendo ateliês, oficinas, e visitas com diversas instituições e associações entre as quais FCG, CCB, Associação Pó de vir a ser, ou Porta 33. Expõe com regularidade desde 2010. É representado pela Galeria das Salgadeiras.

Nesta residência, Rui Horta Pereira apresenta Usar as mãos, um projeto de ação. Criou vários registos em stop motion que traduzem e documentam distintas manipulações da matéria, seja orgânica ou química, em suportes para tal preparados. Dos suportes intervencionados poderão realizar-se cópias se a sua resistência o permitir. Para que possam constituir-se, a par dos filmes, como obras finais per si. No entanto, o foco do processo é, a experimentação e o uso de elementos que permitem a metamorfose, seja pelo uso de um método gráfico ou escultórico.

Sreya

Sreya (Lisboa, 1988) faz música, cerâmica, grafitti, escreve e ilustra. É licenciada em design de moda pela Univ. da Beira Interior. Em 2015, criou a marca Halfish, onde apresenta projetos de ilustração, prints em vestuário, cerâmica em joalharia e cerâmica utilitária. Inicia o seu percurso musical em 2019, com o álbum Emocional, que conta com dedadas de Conan Osíris. Segue-se Cãezinha Gatinha, em 2020. Define o seu trabalho artístico como sendo “representativo e figurativo, mas não naturalista, já que geralmente representa memórias mais ou menos deformadas ou fantasiadas e, neste caso, um consciência interior e não do mundo exterior”.

Em Mesas Emocionais, a proposta de Sreya para esta residência, a artista pretendeu aprofundar um tema que tem vindo a ganhar forte simbolismo no seu corpo de trabalho nos últimos anos: a mesa. “Através da pintura, desenho e escultura cerâmica, organizo e estruturo os meus pensamentos em cima da mesa, literal e representada, analisando os meus próprios comportamentos e emoções, criando assim uma localização exterior ao meu consciente para melhor distinção emocional de mim própria.” Assim, a artista propõe, recorrendo à escultura cerâmica, um olhar criativo e original sobre um dos temas queridos a Bordalo, a mesa de refeições, aqui vista como suporte de emoções e sensibilidades.

Inauguração
25 de julho (terça-feira), entre as 18h00 e as 20h30
ENTRADA GRATUITA

Datas
De 25 de julho a 24 de setembro de 2023

Horário
3ª feira a domingo, das 10h00 às 18h00 

Informações
bilheteira@museubordalopinheiro.pt // T. 215 818 544/0

Ver Folha de Sala (disponível em breve)