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O Século XIX (1870 – 1900) em 3 universos caricaturais de Bordalo Pinheiro

Curso em 3 sessões

29 de Outubro a 12 de Novembro de 2019

Adultos, Jovens

Conceção e orientação
Isabel Novais

Neste breve ciclo de conversas, com o apoio bibliográfico de especialistas na obra de Bordalo, pretendemos promover um espaço de análise, interpretação e discussão em torno de três universos caricaturais do autor, contribuindo assim para a construção de uma visão vibrante, congregadora – e humorada – da Lisboa e do país liberal de Oitocentos (1870 -1900).

Podemos abordar Portugal de Oitocentos à luz da História, consultando documentos e fontes primárias, reunindo factos, alinhando políticos e governos, interpretando estatísticas, observando ações legislativas e reformas fiscais. Podemos – devemos – acrescentar o desenvolvimento das Artes, nomear os expoentes da literatura, do teatro e da música, e biografar os seus autores e cultores. Podemos intersetar as inovações tecnológicas, o desenvolvimento da indústria, o crescimento das cidades, a expansão dos meios de transporte e de comunicação. Mas se quisermos adensar e aprofundar ainda mais o nosso conhecimento deste tempo, ultrapassar o universo factual, palpar de alguma forma o sentimento das pessoas, o “ar do tempo”, uma tranche de vida, então temos o Bordalo.

A obra caricatural de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) constitui um manancial quase infinito de informação, tantos são os assuntos, as histórias e as personalidades que o autor convocou e irreverentemente pôs em cena ao longo de três décadas de intensa atividade na imprensa, entre 1870 e 1900. Através do humor, da sátira e da ironia, as caricaturas de Bordalo foram um veículo de forte crítica e afirmação dos ideais do seu autor, mas também o espelho onde converge o mundo do seu tempo. Não é apenas a política e os protagonistas que ditaram a trajetória do seu país, são também as óperas, comédias e dramas que animaram o seu quotidiano, as figuras da sociedade e os escândalos que agitaram a intriga nos espaços públicos e salões privados em que o próprio Bordalo circulou, os intelectuais com quem privou, os tipos sociais com quem se cruzou pelas ruas da Lisboa do seu tempo, as músicas que se cantaram nos becos escondidos, se ouviram no São Carlos ou no Trindade, ou se dançaram no Passeio Público em noites de verão. Ver uma caricatura de Bordalo é escancarar as portas da mundanidade lisboeta. E porque nela se revelam e descomprimem as tensões, desejos e atritos que dominam o quotidiano da esfera pública, a caricatura dá-nos acesso privilegiado a um sentir comum, uma voz coletiva mas impercetível na descrição fria de um facto histórico.

Temos, no entanto, um problema. A obra caricatural de Bordalo Pinheiro está carregada de referências e duplos sentidos que o nosso olhar atual já não abarca em toda a sua dimensão. As caricaturas interpelam-nos, mas já não temos as competências para as ler e ouvir em todas as suas camadas.

Assim, avançamos com uma solução: reflectir, investigar e trocar impressões em três sessões dedicadas ao melhor do espírito e época bordalianos. Um mergulho na História da Arte em nome do espanto, do riso e da aprendizagem.

Bio
Isabel Novais é licenciada em Ciências Musicais e doutorada em Ciências Musicais Históricas pela Universidade Nova de Lisboa com a tese «A música teatral na Lisboa de Oitocentos: uma abordagem através da obra de Joaquim Casimiro Júnior (1808-1862)», sob a orientação do Prof. Doutor Manuel Carlos de Brito e o apoio da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia. É membro investigadora do CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, com artigos publicados na área do teatro, música teatral e opereta do século XIX.

Calendário
29 de Outubro | 18h30
Políticos e politiquices, fontismos e rotativismos

5 de Novembro | 18h30
Teatros e teatrices, personagens e personalidades

12 de Novembro | 18h30
Óperas e operetas, polémicas e outras finezas

Custo
7,50 euros/1 sessão
15 euros/3 sessões

Público-Alvo
Alunos/docentes dos cursos de História da Arte, Estudos Gerais, Estudos Portugueses, Artes e Humanidades, Estudos de Cultura e Comunicação, Estudos Artísticos. Público em geral

Duração de cada sessão
Ca. 90 minutos